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Bruno Nardon, cofundador Rappi Brasil e Kanui

Descubra como ele trouxe a Rappi para o Brasil e a transformou em uma companhia bem-sucedida em menos de um ano.

O que Bruno Nardon mais curte é aquele frio da barriga do começo. Trazer a Rappi para o Brasil – e transformá-la em uma companhia bem-sucedida em menos de um ano – foi mais um momento de recomeço em sua carreira. Bruno também foi sócio-fundador da Kanui, (e-commerce de moda esportiva), que vendeu para a Dafiti em 2015. Na Rappi, ficou como CEO até o início desse ano, para se tornar agora uma espécie de conselheiro da empresa, considerada um dos unicórnios da América Latina, enquanto se prepara para as próximas aventuras. Aqui, ele fala mais de sua trajetória.

Quando foi que você transformou um limão em limonada em sua trajetória?

No meu primeiro negócio, que foi a Kanui, a gente começou a vender um triciclo motorizado via Facebook Ads. A gente foi um dos primeiros no Brasil a fazer publicidade por meio do Facebook. As vendas foram um sucesso, a gente se comprometeu por conta disso e, quando chegou a hora de receber, percebemos que muita gente não pagava. Eles haviam comprado por boleto e desistiram. E nós fizemos todo o nosso planejamento esperando que aquele dinheiro viria. A Kanui quase quebrou, a gente ficou com uma dificuldade de caixa imensa… A gente era muito novo, tinha acabado de começar a empresa, estava super feliz porque as vendas tavam aumentando muito rápido. Foram entre 2 e 3 meses pra conseguir colocar a empresa de novo no caminho certo. O nível de trabalho e stress que a gente teve como equipe foi muito grande. Engordei 15 quilos, ganhei uma gastrite, mas por outro lado foi positivo. A gente aprendeu como um negócio online realmente funciona.

Qual a qualidade essencial para se conseguir passar por esses momentos e superar?

Acho que o principal é resiliência. Você tem que ter resiliência e calma. A visão de que vai conseguir sair daquilo. Muitas vezes você se depara com problemas no seu dia-a- dia que parecem insolúveis, mas se você tiver calma e aguentar o tranco você acha um jeito de sair.

Como foi trazer o Rappi para o Brasil? Como você foi escolhido ou escolheu?

Eu vendi a operação da Kanui pra Dafiti e percebi que no novo grupo não era onde eu ficaria nos próximos anos. A empresa já estava estruturada e eu gosto desse desafio de começar uma empresa. Então eu conheci os investidores da Rappi que estavam olhando para o mercado brasileiro. E o que eu gosto mesmo é começar um negócio do zero, que acho que é o que faço bem, é o que eu faço melhor. Começar do zero e escalar, fazer o negócio ficar grande. Sou bom para a fase de crescimento, em achar as pequenas lacunas ou os primeiros problemas que ninguém vê, crescer muito rápido. A Rappi já tinha um modelo, estava provado que o modelo funcionava fora do Brasil, mas eu conhecia como funcionava o mercado, já tinha essa experiência. Foi amor à primeira vista. Depois de alguns meses eu fui pra Colômbia passar duas semanas e conhecer o negócio de perto. Vi que era o que eu queria. Sem burocracia, descentralizada. E aí eu virei sócio da holding e trouxe do Brasil pra montar aqui em junho de 2017. Em três meses estávamos com 50 funcionários. Em dezembro desse ano veio um aporte de 150 milhões de dólares e deu uma super acelerada no crescimento. Eu ajudei o negócio a sair do 0 e chegar no 1. Nisso eu sou bom. Para as fases seguintes, eu posso entregar para pessoas melhores levarem adiante.

É preciso abrir mão do ego para fazer o que é necessário.

É fácil desapegar do dia-a-dia depois que a empresa já foi para o 1?

O fundador, o CEO, o gestor… precisa se tornar dispensável pra empresa depois de algum tempo. A minha visão é que, se eu fizer o meu trabalho bem feito, eu sou dispensável no dia-a-dia e com isso eu ganho tempo para pensar em estratégia, no que vai fazer a empresa crescer 100 vezes. Tem que ter a humildade, não alimentar o ego querendo controlar tudo.

Quais são os líderes que inspiram você?

Jorge Paulo Lemann, um exemplo de que é possível fazer o Brasil ser relevante no mundo. Elon Musk, por enviar um foguete para órbita, voltar para a Terra e pousá-lo inteiro depois de não ter tido sucesso diversas vezes. Mostrou que, por mais complicado que seja, tudo tem uma solução. É só tentar por várias vezes até conseguir. Por fim, Richard Branson por tornar suas empresas lugares divertidos para se trabalhar e que colocam os funcionários em primeiro lugar.