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Cilada: a série argentina que você precisa assistir

Ambientada na fria Patagônia argentina, a produção ratifica a competência dos hermanos em realizar obras de suspense refinado, com altos e baixos que prendem a atenção do espectador.

Cilada

3 minutos

Não se engane: o título não traduz a experiência de assistir à série Cilada, novidade no catálogo da Netflix. Baseado no livro de Harlan Coben, o drama com toques de suspense acompanha a repórter Ema Garay (Soledad Villamil), uma jornalista de Bariloche, na Patagônia argentina, que ganha notoriedade no jornalismo digital ao expor criminosos que escapam da justiça.

Sua vida muda drasticamente quando ela passa a investigar o desaparecimento de uma jovem de 16 anos. Todas as pistas apontam para Leo Mercer, um assistente social respeitado na comunidade. À medida em que se aprofunda no caso, Ema se vê envolvida em uma teia de segredos que desafia suas convicções e coloca sua própria segurança em risco.

Determinada a revelar a verdade, ela precisa enfrentar não apenas os mistérios do crime, mas também os seus próprios demônios. Enquanto a investigação avança, Ema e Leo se tornam peças centrais em um jogo perigoso, onde ninguém é exatamente o que parece.

Clima noir

A fotografia fria e os cenários de Bariloche elevam o tom do mistério, inserindo elementos do noir contemporâneo em uma estrutura narrativa já consagrada por Coben. A maior virtude da série está na sua estética e atmosfera.

A direção explora o isolamento geográfico da Patagônia para criar um ambiente de constante inquietação. Os vastos e gélidos espaços contrastam com os conflitos internos dos personagens, reforçando a sensação de solidão e desconfiança.

A protagonista, por sua vez, não se encaixa no arquétipo tradicional das detetives infalíveis. Ema é impulsiva, emocionalmente desgastada e conduzida mais pela urgência do que pela racionalidade, um aspecto que Soledad Villamil interpreta com extrema precisão. Sua performance sustenta a narrativa mesmo quando o roteiro ameaça escorregar na overdose de informação – talvez o excesso de reviravoltas seja o ponto fraco do roteiro, mas não compromete a experiência da maratona.

Ponto alto

Além da forte atuação de Soledad Villamil – que você já conhece do aclamado filme O Segredo dos seus Olhos (2009), vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro –, Alberto Ammann está ótimo como Leo Mercer. Sua performance é um dos pontos mais bem executados da série.

A precisão com que o ator transita entre a empatia e a desconfiança torna difícil para o espectador definir de que lado ele realmente está. Essa ambiguidade é um dos pilares do suspense, funcionando melhor do que algumas das reviravoltas inseridas no roteiro.

Vale a pena, então?

Mesmo com algumas limitações, os seis episódios de Cilada são eficientes. A direção do thriller é segura, a montagem mantém um bom ritmo, suficiente para prender o espectador, e a ótima trilha sonora contribui para a atmosfera de tensão.

O maior mérito da série está em sua capacidade de envolver, mesmo quando o roteiro dá suas escorregadelas. Para quem busca um suspense repleto de reviravoltas e uma ambientação caprichada, Cilada entrega exatamente o que promete.

Nota: 8.