Gustavo Greco nasceu, vive e trabalha em Belo Horizonte. É de lá, entre orquídeas penduradas e livros empilhados, que ele conduz a Greco Design, uma empresa de design independente, que ele chama carinhosamente de "nossa casa", e que mais parece uma extensão do seu jeito de ver o mundo: acolhedor, curioso, feito para trocas.
Com passagens por grandes palcos do design mundial (iF Design Award, Brasil Design Awards, e reconhecimentos em eventos como a Bienal Brasileira de Design Gráfico e o Cannes Lions, entre outros), Greco tem usado a criatividade como uma ferramenta de transformação. Sua missão vai além de marcas bem resolvidas: ele quer contar histórias que conectem pessoas com ideias, e ideias com o mundo.
“A sofiticação de um bom projeto de design está na clareza.”
Tem gente que acha que design é só fazer coisa bonita. Gustavo Greco não. Ele mostra que beleza é só o começo. O que importa mesmo é o impacto — cultural, emocional.
Design que se sente, se escuta
Greco acredita que design não é só o que você vê, mas o que você sente quando vê, lê, ouve… é sobre clareza, identidade, e principalmente, conexão. Cada cor, cada traço, cada cheiro, carrega uma intenção — que vai da estética ao emocional.
Em 2016, o Conjunto Moderno da Pampulha se candidatou ao título de Patrimônio Cultural Mundial e a Greco Design foi escolhida para criar o projeto gráfico do dossiê da candidatura. Quando seu projeto leva o conjunto ao título, a Greco Design dá vida ao “Picolé da Pampulha”, para comemorar, e trazer o gosto da vitória para as pessoas que vivem aquele espaço.
“Quanto mais sentidos são estimulados em uma experiência de marca, mais memorável ela vai ser.”
O intervalo entre escutar e criar
O início de um projeto, quando tudo ainda é ar, ainda é dúvida, ainda é promessa, é, para ele, o melhor momento. São ideias ainda imaculadas, livres dos filtros do que é viável, caro ou considerado "profissional". Nesse intervalo entre escutar e criar é onde mora a beleza.
E foi na Greco Design que Gustavo também aprendeu na prática — e não na teoria — que liderar uma equipe e viver da própria criatividade exige mais do que talento. Exige responsabilidade com o time, com o entorno e com o mundo. "Não pensar só no nosso umbigo" tornou-se para ele um mantra silencioso.
Para Greco, design não é só forma. É estratégia. Resultado.
“Mesmo quando invisível, o design bem feito faz o dia a dia das pessoas melhor.”
E quando o papo é estética, ele foge das fórmulas prontas. Não acredita em tendências nem em estilos como ponto de partida. O ponto é o problema — e a solução nasce olhando para ele, não pro lado.
Quando perguntado sobre estética no design, Gustavo: "Eu amo qualquer estética que responda a um problema de design. Não acredito em estilo ou tendência. O problema nos dá sempre a melhor resposta. É olhando para ele — e não para lado — que encontramos todas as respostas, inclusive as estéticas."
Em tudo, Greco busca o equilíbrio entre o claro e o complexo. Entre a síntese e o sistema. Entre o medo e a vontade de fazer algo que ainda não foi feito. “Lugar seguro demais tem uma linha muito tênue com a mediocridade”. E é por isso que ele, em outras palavras, prefere a zona de conflito à zona de conforto.
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