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João Adibe, CEO da Cimed

João Adibe Marques, CEO da Cimed, empresa do ramo farmacêutico, conta como foi conduzir a empresa para um faturamento histórico em 2023 e como é empreender no Brasil.

Em 2023, João Adibe Marques, o CEO da Cimed, debutou em uma novela. Foi em "Fuzuê", da TV Globo, durante uma ação de marketing da farmacêutica da qual ele é sócio. Marques interpretou ele mesmo, que gosta de se apresentar como um vendedor, ao lado dos personagens interpretados por Edson Celulari e Noemia Oliveira. O objetivo da iniciativa era promover a marca de vitaminas Lavitan, que ajudou a Cimed a atingir um faturamento histórico em 2023.

Como sua trajetória profissional começou?

Eu venho de uma família super tradicional do mercado farmacêutico. Começamos nesse ramo em 1940 e chegamos a ter 14 indústrias farmacêuticas. É uma história que ainda não tem 100 anos, mas que já está nas mãos da quarta geração, considerando meus filhos. A indústria farmacêutica no Brasil é tão bem regulamentada que não deve nada para a de nenhum outro país. Tenho orgulho de trabalhar nesse ramo pois competimos de igual para igual com qualquer país de primeiro mundo.

joão adibe limonada

Você não cursou faculdade. Fez falta?

Eu não fiz faculdade, mas consegui ser reprovado em todas as séries até a oitava — fiz todas elas duas vezes [risos]. Quanto à faculdade, era uma outra época. Faço 52 anos em fevereiro. Naquele tempo, não se pensava como hoje. Fui criado num ambiente de empreendedorismo. Meu avô era propagandista da indústria farmacêutica e o meu pai era tratorista. Eles eram do interior de Minas Gerais. Compraram o primeiro negócio da família, uma farmácia, quando vieram para São Paulo. E depois veio a indústria. Comecei a trabalhar muito cedo e parei de estudar. Meu pai me perguntou naquela época: 'você quer trabalhar ou estudar?' Respondi que queria trabalhar. Ele concordou, mas disse o seguinte: 'então você vai fazer curso técnico, de contabilidade'. Isso me ajudou a amadurecer, porque eu vi que quem fazia curso técnico precisava dele para empreender ou para se manter. Daí vi a necessidade do estudo.

Qual foi sua primeira função na empresa da família?

Na área de expedição, 'separando' pedidos. Comecei 'no chão'. A empresa, na época, ainda era bem pequena — tinha cerca de quinze funcionários. Todo mundo fazia de tudo. É um modelo bem comum no Brasil. O país é formado por milhares e milhares de pequenas empresas familiares.

Como explica o enorme crescimento da Cimed durante a sua gestão?

Hoje eu sou órfão de pai e de mãe. Ela se foi aos 52 anos e ele aos 72 anos. Tive a sorte de terem deixado eu empreender dentro do negócio da família. Uma coisa é cobrar. Outra coisa é permitir que o filho empreenda. É uma receita que considero infalível, pois aumenta os resultados. Eu me apresento como um vendedor e a Cimed hoje é uma máquina de vendas. Quanto mais vende, mais cresce.

De onde veio a meta de chegar a 3 bilhões de reais de faturamento em 2023?

Temos a meta de sempre crescer 100% a mais do que o mercado projeta. Se a projeção é de 10%, miramos os 20%. Com isso em mente, chegaríamos a 2,8 bilhões de reais e pouco de faturamento em 2023. Mas, no meio do ano, falei: 'acho que podemos atingir os 3 bilhões de reais'. E daí fizemos uma campanha interna para incentivar a conquista desse patamar. O primeiro cliente dos nossos produtos são os nossos funcionários. Quando você alinha o propósito com todo mundo, é muito mais fácil. Chamei todo mundo e falei: 'acho que vamos ter um segundo semestre muito forte no Brasil. Vamos buscar o terceiro bilhão?'. Todo mundo topou e se mobilizou para fazer acontecer.

Muitos empresários e executivos preferem adotar uma postura mais discreta. Não é o seu caso.

Ninguém me critica por isso. Sou verdadeiro, falo com o coração. Me criticariam se eu só mostrasse o que eu tenho, e não como eu faço para conquistar o que tenho. Daí as pessoas aplaudem as conquistas.

Qual foi seu maior acerto como empreendedor e de quais erros não esquece?

Os times que ganham muito comemoram muito pouco e dão muita atenção para as derrotas. Cometia esse erro. Mas aprendi que devemos celebrar mais as nossas conquistas, seja profissionalmente ou pessoalmente — eis um acerto. É preciso dividir, por exemplo, as vitórias com nossas famílias, que são a base de tudo. Muitos empresários não querem misturar trabalho com família. Mas as conquistas profissionais só são possíveis se houver apoio familiar. Eu tento envolver todos os meus filhos, toda a minha família, em cada marco da empresa. Tenho cinco filhos e os três primeiros estão no negócio. Um deles, por sinal, aos 25 anos, é responsável por mais de 1.500 vendedores. Quero dar a eles a mesma oportunidade que tive de empreender na companhia.

Qual é sua maior qualidade como empreendedor?

Eu sou um cara que tenta transformar as pessoas que estão do meu lado. Gosto de ter pessoas preparadas ao redor. Gosto de dar oportunidade para elas e mostrar o caminho a ser seguido. E adoro dividir conquistas, principalmente as financeiras. Não admito que a empresa não pague bônus. No meu caso, um bônus não muda a minha vida. Mas para meus funcionários, sim. Trabalho até o último dia do ano porque eu quero pagar bônus para todos. É um presente por tudo que eles fazem por nós. Cabe a um líder orquestrar isso. Líder é quem inspira, quem motiva e quem cobra na hora certa.