10% OFF na primeira compra.

Troca fácil em até 30 dias

Maria: o triunfo de Angelina Jolie

Angelina Jolie entrega uma performance inesquecível como Maria Callas em Maria, filme de Pablo Larraín que explora os últimos dias da diva da ópera. Em um drama opulento, a atriz encarna a complexidade e a tragédia de uma lenda que marcou a história da música.

maria callas

3 minutos

Angelina Jolie e o desafio de viver Maria Callas

Angelina Jolie prova sua genialidade ao encarnar Maria Callas no drama de Pablo Larraín. No filme, a soprano está aposentada, vivendo em um apartamento em Paris, cuidando de seus poodles e lidando com o vício em medicamentos. Durante uma entrevista imaginária, conduzida pelo jornalista Mandrax – uma referência ao sedativo que Callas consumia (conhecido no Brasil como Mandrix) –, a personagem revisita sua trajetória.

A narrativa transita pelas glórias e tragédias de sua vida, desde as favelas da Atenas ocupada pelos nazistas até os maiores palcos do mundo. No percurso, passamos por seu romance com Aristóteles Onassis e colaborações com cineastas como Pasolini e Zeffirelli. No entanto, o foco do filme está nos últimos anos da soprano, quando, já retirada dos palcos, ela busca manter sua dignidade e status.

Jolie brilha como Callas, apresentando uma diva altiva e melancólica, que exige: "Reservem-me uma mesa onde os garçons saibam quem eu sou" ou "Marquem-me um horário com um cabeleireiro que não fale." Seu pianista, indiferente ao tempo, a tranquiliza: "Você é Maria Callas. Não está atrasada; todos os outros estão adiantados."

Um mergulho em tragédia e opulência

A Paris dos anos 70, recriada por Larraín, é um personagem à parte. Com seus bistrôs, gravatas-borboleta e uma atmosfera que parece alheia às revoluções sociais, a cidade serve de cenário para a diva cambalear entre sua solidão e sua lenda. Assim como em óperas de Bellini e Puccini, o filme abraça a tragédia, carregado de pathos e emoções à flor da pele.

Com roteiro de Steven Knight, Maria completa a trilogia de Larraín sobre mulheres ricas e quebradas, que inclui Jackie (2016) e Spencer (2021). Enquanto Spencer flerta com a irreverência, Maria adota um tom mais afetado, reverenciando o culto ao grande artista.

Angelina Jolie entrega uma performance que transcende a atuação. Meses de treinamento vocal e uma mistura de sua voz com gravações da própria Callas adicionam autenticidade ao papel. Mas o que realmente impressiona é sua presença magnética, capaz de capturar o coração e a alma de uma lenda.

O desfecho, embora previsível, é devastador. As cenas finais trazem imagens reais de Callas, sorrindo e encantando com seu charme. É um momento que conecta o espectador à verdadeira essência da diva, encerrando o filme com um toque de humanidade que transcende a ficção.

Como uma grande ópera, Maria exige paciência, mas oferece uma experiência arrebatadora. No final, fica a sensação de que Maria Callas – e agora Angelina Jolie – permanecerão para sempre na memória de quem se permitir mergulhar nessa história.