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Dia dos pais: Miguel e José Felipe Carneiro, KHappy Kombucha e Cervejaria Novo Brazil

Pai e filho empreendedores contam sobre a convivência nos negócios e na vida.

José Felipe Carneiro aprendeu com o pai, Miguel Carneiro, que nessa vida é importante competir para vencer. “Meus pais sempre nos incentivaram a entrar para ganhar. Se você entra com esse pensamento, você ao menos tem uma chance”, diz. E, assim, com o exemplo dos pais, seu Miguel e dona Ustane, empreendedores em diversos negócios e fundadores da cervejaria Wäls em Belo Horizonte (MG), ele e o irmão entraram para vencer no negócio das kombuchas com a KHappy, bebida fermentada que vêm conquistando mercado no país. Vale o mesmo para a Novo Brazil Brewing Co., cervejaria com ares tropicais localizada em San Diego, na Califórnia, tocada em família. “Cada um em casa tem seu talento e cada um respeita a área onde sabe que o outro é melhor”, diz Miguel. Aqui, os pai e filho empreendedores contam como é essa convivência nos negócios e na vida.

Como você começou a empreender?

Miguel: Muito jovem eu me formei em engenharia e me tornei empreendedor por necessidade. Eu procurava emprego e não achava, então fui empreender. Junto com a minha esposa, a Ustane, tivemos vários negócios. Aí fomos para o setor de bebidas, com a cervejaria Wäls, que foi o negócio que cresceu e deu frutos, até ser vendida para a Ambev.

Como foi sua educação e o que fez você seguir esse caminho de escolher tocar uma empresa?

José Felipe: Meus pais tiveram uma dedicação extrema. Ele veio de uma família de padeiros e começou a entregar pães na carroça desde os cinco anos. E a gente foi educado nessa linha de pensamento, do trabalho duro e também dos estudos. O detalhe é que, ao contrário do meu pai, e meu irmão não nos preocupamos em estudar muito, no final queríamos estar perto da empresa.

Miguel: Eu passei parte da infância deles bem ausente de casa, viajava muito. Mas mesmo assim era bem rígido com a educação, só que acredito que fiz isso com muito amor. Sempre fui muito preocupado com escola, esporte, música. Dentro de casa, isso sempre foi visto como obrigação. Tenho muita honra de formar os dois filhos no trabalho. Acabou que os dois se tornaram empreendedores, como eu e a Ustane…

Como você começou na empresa?

José Felipe: Comecei muito cedo, de uma forma meio imposta pela família. Não era uma coisa que a gente queria com 13 anos, ir trabalhar. Mas foi uma forma imposta com muito amor. Era uma necessidade. Eles falavam: “se você quiser ser dono de alguma coisa, você tem que aprender todas as etapas do negócio”. Então, durante metade das férias a gente ia trabalhar nos nossos negócios. Meu irmão começou na chapa de hambúrguer e eu, na churrasqueira. Era um pouco desesperador, mas hoje eu posso dizer que sei fazer churrasco e não só por gostar, e sim porque tive que aprender cedo. Aprendi tudo, da churrasqueira às vendas. Isso é empreender, tentar fazer de tudo. É uma necessidade do empreendedor entender todas as partes do negócio, mesmo nas que ele não é muito bom. Pelo menos ele tem que conhecer, tentar. E, no início, a gente fazia de tudo mesmo. Éramos nós que entregávamos a cerveja, cuidávamos de todas as áreas do negócio.

Foi natural entrar para os negócios da família?

José Felipe: A gente não sabe quando a gente começou… Ser empreendedor não é necessariamente ter uma empresa, mas acreditar num sonho. Todo mundo que está aqui é empreendedor junto com a gente e a gente começou nisso porque acreditou nesse sonho, de transformar algo, de criar alguma coisa.

Miguel: Eu nunca imaginei que eles fossem seguir o mesmo caminho que a gente. A mãe deles insistiu pra que trabalhassem desde o começo, dizia que eles não eram disciplinados como eu, que não gostavam de estudar tanto quanto eu [risos]… ‘Eles vão trabalhar!’, ela dizia. Eu queria que eles estudassem mais do que trabalhassem, mas acabou sendo o contrário. Só que essa foi uma opção deles. E acabou que estarmos todos juntos novamente. Deve ser um imã…

Qual a qualidade que seu pai tem e que você gostaria de ter herdado?

José Felipe: Meu pai sempre foi muito disciplinado, igual relógio. Nunca teve esse negócio de “ah, estou atrasado…”. Se tinha um horário, era exatamente aquilo. Ele sempre cobrou muito isso de nós.

Miguel: Eu fui bruto assim?

José Felipe: Sempre foi brutal, disciplinador. Não existia “eu vou deixar pra depois”. Acontece que isso foi muito bom pra mim, aprendi que não dá pra deixar pra depois ou você perde o bonde. Na hora em que passar uma oportunidade, você agarra. A disciplina dá liberdade para que você tenha tempo para realizar outras coisas… Agora, meu pai tem uma capacidade numérica, uma cabeça de engenheiro que isso eu não tenho. É muito difícil se igualar a ele nos cálculos de produção, é algo fenomenal. Eu chego às vezes com uma ideia muito maluca, faço os testes, crio, sou muito ousado. E enquanto isso ele já tá pensando em como produzir. A gente se une nos talentos.

Miguel: Desde o começo eu pedi muito aos meus filhos que respeitassem as pessoas que estavam aqui, que trabalhavam comigo. Porque a gente vivia o mesmo sonho. E eles seguiram isso também. Quem cria beleza sabe que ela tem que ser compartilhada.

Como é que funciona essa relação familiar na empresa?

Miguel: Essa eu vou responder. De vez em quando eu tenho que lembrar pra eles que eles é que são filhos [risos]. De repente, tá todo mundo lá brigando, falando alto, achando que são os pais… Mas, na hora que a gente atinge o limite do outro, a gente percebe quando está exagerando e deixa pra cada um cuidar do que sabe fazer melhor. Tem certas decisões que ficam com aquele que tem um talento melhor naquilo, que sabe e que faz bem. Esse consenso é natural.

Vocês pedem conselho de trabalho um pro outro?

José Felipe: Todos os dias a gente pede conselho um pro outro, né, pai? A gente só lança um produto quando todos aprovam, eu, meus pais e meu irmão. O problema é que tem horas em que o time fica dividido e rola um stress. Aí, alguém assume a responsabilidade da área que mais entende e vai que vai.

E vocês pedem permissão para criar algo novo, como é isso?

José Felipe: Eu e meu irmão somos meio insanos em fazer negócios novos. A gente não pede muito a opinião do meu pai, não, e nem da minha mãe. Mesmo porque eles nunca pediram muito a opinião pra gente [risos]. As coisas vão saindo meio emboladas, mas quando surgem os novos negócios a gente vai junto, a gente joga como time.

Qual o ensinamento do seu pai que você nunca esquece?

José Felipe: Meu pai uma vez escreveu uma frase num caderno pra mim, quando eu era muito novo. A gente tinha brigado por algum motivo – as brigas passaram, mas o ensinamento ficou. Ele falou assim: “um homem só será vencedor quando ele brigar por suas razões”. E ele estava querendo falar o seguinte: por mais que eu discorde de você, se você acha que essa é a sua razão, esse é o seu ideal, corre atrás. Isso me marcou muito, até hoje eu busco minhas razões. Hoje, nossa briga com a KHappy é pela saúde das pessoas, contra o consumo excessivo de açúcar, de produtos químicos… Esse é o meu propósito de vida.

Miguel, o que o Zé Felipe lhe ensinou de mais importante?

Miguel: Nossa, o Zé me ensinou muita coisa, porque nasceu diferente de muita coisa que eu achava que era certo. Por exemplo, o Zé tem um carinho anormal pelas pessoas, ele é sempre muito amável. E eu era sempre muito rígido. Eu fui aprender com ele esse amor compartilhado, uma alegria de viver extrema. Ele pegou isso com a mãe dele, que tem isso naturalmente. No começo eu achava que era um pouco exagerado, mas hoje também sou alegre, brincalhão, abraço e beijo todo mundo. Aliás, os dois filhos me ensinaram muita coisa. O Tiago é o maior caçador que tem em casa, ele briga, enfrenta, defende o que ele acredita, é o nosso leão. E ele leva a família inteira pra lutar junto com ele.

Como vocês se dividem nas empresas e na família?

José Felipe: Hoje temos empreendimentos no Brasil e nos Estados Unidos. Aqui estamos focado na KHappy. Nos Estados Unidos tem a Novo Brazil, a única cervejaria de capital brasileiro instalada por lá, tocada pelo Thiago. E lá a gente tem a kombucha alcoólica também. Todos nós somos donos. O meu trabalho é representar o negócio, falar das marcas. Meu irmão é a seta, a gestão do negócio. Meu pai é o relógio, a disciplina. E minha mãe é o suporte que a gente precisa, de sabedoria para empresa se manter em pé.