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O Leopardo, uma versão brilhante de um romance clássico

A nova adaptação de O Leopardo, da Netflix, transforma o clássico de Giuseppe Tomasi di Lampedusa em um espetáculo visual luxuoso e imersivo. Com um orçamento milionário, a série recria a Sicília do século XIX em detalhes suntuosos, trazendo uma história de mudanças inevitáveis, decadência aristocrática e dilemas humanos atemporais. Mas será que a grandiosidade da produção é suficiente para capturar a essência da obra original?

o leopardo

3 minutos

Uma nova abordagem para um clássico imortal

Antes de qualquer análise, uma confissão: não li Il Gattopardo, o romance de 1958 de Giuseppe Tomasi di Lampedusa, nem assisti ao aclamado filme de Luchino Visconti. Isso pode me tornar suspeito para julgar a nova adaptação da Netflix, mas também me permite avaliá-la sem amarras comparativas.

Desde seu anúncio, a série O Leopardo gerou grande expectativa, especialmente entre aqueles que consideram certas obras intocáveis. No entanto, essa resistência muitas vezes parte de quem não dá uma chance real à nova versão. E, neste caso, dar uma chance significa se deixar envolver por uma produção que não mede esforços para recriar a Sicília do século XIX com um orçamento estimado em 40 milhões de libras esterlinas.

O resultado é um espetáculo visual arrebatador, onde cada detalhe – dos palácios opulentos às vestimentas exuberantes – contribui para a ambientação de um período marcado por mudanças sociais e políticas profundas. Mas será que a grandiosidade estética sustenta seis horas de narrativa?

Tradição versus modernidade: o conflito central

A essência da história permanece fiel ao enredo original: uma aristocracia decadente, representada pelo Príncipe de Salina, vê seu mundo desmoronar à medida que a burguesia liberal ascende com a unificação italiana. O poder está mudando de mãos, e os velhos proprietários de terras precisam encarar uma nova realidade política e econômica.

O dilema do Príncipe, interpretado com sofisticação por Kim Rossi Stuart, é atemporal. Ele está dividido entre sua lealdade ao passado e a necessidade de aceitar o futuro, principalmente ao ver seu sobrinho Tancredi se unir à revolução. Esse embate interno, aliado à sua postura de resistência silenciosa, confere à trama um tom melancólico e profundamente humano.

A série, dirigida por Tom Shankland (A Serpente), aposta em uma abordagem clássica, que não teme mergulhar no melodrama quando necessário. Há momentos em que os excessos – como trilhas sonoras grandiosas e uma profusão de velas, chapéus e sinos – podem parecer artificiais. No entanto, a balança é equilibrada pelo refinamento das atuações e pela beleza das composições visuais.

Uma experiência visual e emocional envolvente

Se há algo inegável em O Leopardo, é seu apelo estético. Cada cena parece um quadro cuidadosamente pintado, das paisagens sicilianas às suntuosas festas aristocráticas. A coreografia das grandes cenas de baile, combinada com figurinos meticulosamente elaborados, confere à série uma atmosfera imersiva que transporta o espectador para outra época.

Para além da beleza, a série entrega um drama sólido, sustentado por personagens cativantes e dilemas universais. O Príncipe de Salina é um anti-herói complexo, e sua jornada pessoal ressoa mesmo nos dias de hoje.

Se você aprecia produções grandiosas, atuações refinadas e histórias que exploram o inevitável choque entre tradição e modernidade, O Leopardo merece um lugar na sua lista. Não perca a oportunidade de mergulhar neste espetáculo visual e narrativo.