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O que Minas Gerais deixa em quem passa por ela

Minas Gerais tem sido cantada e contada de muitas formas — pelas ladeiras de Ouro Preto, pelas mesas de madeira cobertas de café e broa, pelas curvas da Mantiqueira. Mas às vezes, é o olhar de fora que enxerga com mais nitidez aquilo que, de tão cotidiano, nos escapa. Este texto nasceu da vivência de uma espanhola que passou uma temporada em Minas, imersa em paisagens, pessoas e sabores que transformam. Um retrato afetivo e detalhado de um estado que, para quem chega, logo se torna casa.

minas gerais

3 minutos

Imagina um lugar onde habita o todo — uma magia, uma cultura, uma bondade. Amor, café e pão de queijo acompanhados de sorrisos. Imagina viajar pelas pessoas por mundos históricos.

Pisar em Minas Gerais é pisar numa energia viva, latente em cada rua de pedra de Tiradentes.

Um bom observador vai perceber como a “montanha que chora” (em tupi), a Serra da Mantiqueira, se expande infinitamente no horizonte, revelando as rugas da natureza marcadas pelo tempo. Uma majestade que atravessa um quarto do país, deixando para trás rastros de pores do sol emoldurados por picos alaranjados que transportam, como em cerimônia, tucanos honrados. E a grande biodiversidade da mata atlântica — um dos maiores ecossistemas do planeta — cobrindo como um manto esse estado mineiro.

Você pode sentir os famosos portais energéticos em São Thomé das Letras, e o forró mais sincero na Serra do Cipó, sob estrelas que vigiam o tempo. Nessa nova convivência com os quilombos, vive uma identidade respeitada por cada brasileiro que sente, na pele, a herança de uma geração anterior, para hoje existir essa magnífica cultura brasileira.

Pico da Bandeira

E claro, se você ama pedras, pode visitar — pendurado por uma corda — a Gruta de Passa Vinte. Meca de grandes atletas que arriscam a vida por um pouco de adrenalina na arte de escalar. Ou, se não sofre com altura, subir o Pico da Bandeira, a partir de dois estados que compartilham essa imperfeita perfeição da natureza que chamamos de montanha. Não vou me alongar, porque sendo escaladora, esse parágrafo poderia facilmente virar um artigo inteiro sobre a paixão de uma espanhola pela arte da escalada nesse país incrível e, especialmente, nesse estado.

Mas se é da cultura que você vem, seus olhos também vão se encher de beleza caminhando pelas ruas de Ouro Preto, ou visitando as inúmeras igrejas que os pequenos povoados do interior cuidaram ao longo do tempo — como em Córregos, com a igreja matriz de Nossa Senhora Aparecida, que acaba de passar por uma impressionante restauração finalizada em 2024. Deixando esse cantinho do mundo ainda mais bonito do que já era.

Ouro Preto e Igreja de Nossa Senhora Aparecida (CMD)

Ou ainda com a experiência imersiva do Inhotim, considerado um dos maiores museus a céu aberto do mundo, com um ecossistema planejado onde você pode observar de perto uma biodiversidade de plantas que talvez nunca veria — a não ser que tenha coragem de entrar fundo na Amazônia. Nesse caso, o museu convive com esse ecossistema e abriga grandes espaços culturais, onde é possível visitar obras de alguns dos artistas brasileiros mais reconhecidos.

Inhotim

Pulmão do mundo, o Brasil, para mim, emerge como um dos países mais completos. E Minas Gerais é, sem dúvida, a gema dessa completude.

Aqui se encontra arte em cada cidade, café coado quente em cada esquina, o desejo genuíno de ser o estado mais acolhedor, e uma profissionalização cotidiana — de quem tenta fazer da própria cidade um lugar de trabalho digno. Eu, mineira adotiva, posso dizer que neste lugar habita o TODO.

Habita um mundo com gosto de queijo.

Ou seja: o melhor dos mundos.